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    Conexão com as novas gerações depende de alinhamento de propósito, diz DJ Marshmello

    Personagem mascarado que virou meme e tem mais de 60 milhões de ouvintes no Spotify acredita que sua fama precisa contribuir com causas

    Marcelo Tripolida CNN

    Lisboa

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    Uma rápida pesquisa na internet mostra que Christopher Comstock, um jovem de 31 anos nascido na Filadélfia (EUA), é o rosto por trás da máscara um pouco assustadora, embora sorridente, e com olhos em X do DJ Marshmello.

    Para os 32 milhões de seguidores apenas no Instagram, além de mais de 60 milhões de ouvintes mensais no Spotify, isso importa pouco.

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    O personagem ganhou fama global depois que a música “Alone” alcançou o Billboard Hot 100. Além de compor, o DJ costuma fazer remixes de músicas de outros autores.

    A popularidade extrapolou as redes, e é bem real: referência da atual geração da música eletrônica, foi uma das principais atrações da edição 2022 do Rock in Rio.

    Agora, o objetivo é usar tamanha popularidade para apoiar causas, especialmente o direito dos trabalhadores.

    Em uma publicação no X (antigo), ele escreveu: “Não tiro o capacete porque não quero ou preciso de fama. Estou genuinamente tentando criar algo positivo para as pessoas se conectarem”.

    Conversamos com o DJ Marshmello, que participa do Web Summit 2023, que acontece em Lisboa. Confira a íntegra da entrevista.

    Como tudo começou? Qual foi sua intenção ao criar o personagem?

    Eu cresci na Filadélfia, um lugar com muitas coisas criativas. Ótima música, Hip Hop… Conheci algumas pessoas em Los Angeles, e mixando tivemos a ideia: por que não um personagem? E agora o personagem é tão grande que sinto que ele tem que fazer algo de bom para o mundo.

    Existem muitos memes, gifs, remixes… Você criou uma comunidade. Como você alimenta sua comunidade e a mantém?

    Os jovens estão começando a se preocupar muito com o meio ambiente, com os direitos dos trabalhadores e coisas assim. É por isso que também estamos dizendo: precisamos nos conectar com essas pessoas. Precisamos nos conectar com pessoas que se importam e que amam outras pessoas.

    Estamos em um momento difícil no mundo. Para construir uma comunidade, formamos alianças com pessoas que fazem o bem, ativistas pela justiça climática, pessoas que defendem os direitos dos trabalhadores. Então é assim que vamos construir agora, porque já fizemos tudo para as festas, para a dança, agora estamos entrando em uma nova arena.

    Qual é o seu roteiro para esse novo campo de atuação?

    Começamos formando uma aliança com um grupo que defende os direitos dos trabalhadores em todo o mundo. Hoje tivemos esse lançamento com a Adidas (adicoin, uma solução para melhor a remuneração de trabalhadores via criptomoedas). É sobre serem pagos, é disso que se trata.

    Como você vê o papel da IA ​​na criação musical?

    Eu adoro isso. Mas tem que ser regulamentado para que, se as pessoas perderem seus empregos, você recue e veja como tudo evoluiu. É preciso ser cuidadoso com isso. Talvez os governos não tenham sido cuidadosos o suficiente com as redes sociais. Aí você acaba com alguns malucos no poder.

    Todo mundo com menos de 25 anos sabe quem é Marshmello. Se você tem mais de 25 anos, talvez não saiba. Se tem mais de 40, esquece, ninguém sabe. Então é essa polarização nas redes sociais. Mas, esperançosamente, com esses dados demográficos, os jovens que agora realmente querem mudar o mundo podem se envolver em campanhas como a de roupas sustentáveis, por exemplo.

    Você tem uma marca pessoal muito forte. Como você colabora com outras marcas para criar experiências de produtos?

    Temos uma equipe inteira que é brilhante nessa nova estratégia, que é fazer com que grandes marcas façam a coisa certa. Isso é o que estamos fazendo o tempo todo.

    Você tem um exemplo que acabou de acontecer do qual estou orgulhoso, essa coisa da Adidas sendo honesta sobre seus trabalhadores (a iniciativa adicoin tem o objetivo de reparar historicamente trabalhadores que prestaram serviços para a Adidas sem remuneração ou sem pagamento justo).

    O que está acontecendo com a cadeia de suprimentos fez com que eles simplesmente dissessem: “sim, isso é um problema”. E a solução deles é o Adiverso, esse mundo virtual para os trabalhadores gastarem os adicoins. É só um começo, queremos que eles entrem no mundo físico, real, mas isso pode levar tempo.

    Qual é a sua ligação com o Brasil e como você vê sua base de fãs no país?

    Os dançarinos que hoje foram meus breakers são todos do Brasil. O Brasil é um país que tem pessoas brilhantes, tradições brilhantes, é maravilhoso. Música maravilhosa, um lugar de festa e amamos isso.

    Mas também é um lugar que tem um monte de fábricas e há trabalhadores. Todo mundo sabe como se divertir, mas todo mundo quer ganhar a vida. Isto é muito profundo em nós.

    Veja também — CNN Innovation: Web Summit debate regulação de inteligência artificial

    *Com Dimalice Nunes

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